sábado, 29 de janeiro de 2011

VOU

Condorcet Aranha 

As angústias do partir,
Começam duras, cruéis.
São difíceis de engolir,
Tal qual engolir papéis.

Tem repentes de pavor
Outros de pura saudade
E entre o ódio e o amor
Irás com a dignidade.

Pouco a pouco é a verdade
Quem toma o teu coração,
Não importa a tua idade
Nem  mesmo o que tens na mão.

Porém dentro do teu peito
A maldade se dilui,
Enquanto o corpo no leito
Alquebrado logo rui.

Surgindo as novas lembranças,
Enquanto o teu corpo finda,
Não te morrem as esperanças
De conseguir algo ainda.

E entre a cruz e a espada
Não poderás decidir,
Embora te reste o nada
É tudo que tens pra partir.

Quando te chega a hora,
Só você não vê o fim,
Não sabe que foi embora
Deixando essa vida assim.

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