quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

NÃO ACEITO OS OUTROS

Condorcet Aranha


     Inacreditável como a humanidade, em pleno século XXI, ainda reveste-se de tantos preconceitos. Quando falo “preconceitos” não estou me referindo àqueles já tradicionais como a discriminação racial, religiosa, social e administrativa. Mas, principalmente, os que estão intimamente ligados aos defeitos físicos, mentais, higiênicos e, até mesmo, resistência à aceitação das pessoas de idade muito avançada. Nota-se claramente que, muitas pessoas, evitam ou sequer conseguem o contato físico, diante dessas situações.
    Possivelmente, se houver maior preocupação na educação infanto-juvenil, promovendo a aproximação das classes mais privilegiadas, através de visitas aos orfanatos, hospitais, asilos de crianças, de idosos e introduzirmos princípios de aceitação das diferenças, sejam quais forem, ao longo do tempo, minimizaremos essas resistências injustificáveis e inadimissíveis.
     Observa-se em algumas famílias que, crianças e pré-adolescentes, apresentam um certo comportamento discriminatório até com seus próprios antecessores como os avós e bisavós e, mais evidente, quando esses apresentam algum tipo de limitação física ou mental, devida a doenças típicas da chamada terceira idade.
     O mundo, evidentemente, encontrará maior integração entre os povos e grupos étnicos, aproximando-se da paz, à medida em que “os outros” deixarem de existir porque, num futuro próximo, acredito firmemente em ter ao meu lado, fazendo coro a este meu pensamento, a maior parte da humanidade. Confirmo que não aceito “os outros”.
     Nas concepções atuais de religiosidade e ciência, até onde o ser humano consegue visualizar durante a sua efêmera existência, acredita-se na origem retroativa a uma unidade reprodutiva e, como um simples representante dessa comunidade humana e contemporânea , é que não aceito chamar os meus semelhantes de “os outros” porque, todos eles, sem exceção, são, verdadeiramente, “pedaços de nós”.  
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1º Lugar - ALPAS XXI – “A palavra do século XXI”

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