domingo, 9 de janeiro de 2011

ADEUS DEUS

Condorcet Aranha


A natureza chorava
A dor do meu coração,
Enquanto o peito guardava,
A grande desilusão.


Se a forte chuva lavava,
D’uma janela a vidraça,
Meu sentimento chegava,
Às margens d’uma desgraça.


Depois que ela me deixou,
A dor foi tanta e tamanha,
Que já nem sei onde estou,
Nem quem perde ou quem ganha.


A paixão que me domina,
Com tanta força latente,
É a mesma que a ela abomina,
Por partir tão de repente.


Se não teve por escolha,
Prender-se aqui nesta vida,
Tal qual não tem, uma folha,
No outono em sua partida!


Até entendo e perdôo,
Se foi Deus quem a levou,
Pro seu mais dourado vôo,
Que tanta dor me deixou.


Mas jamais perdoarei,
Essa atitude sagrada!
Porque aqui eu fiquei,
Sem você, fiquei sem nada.


Porém se foi Deus quem quis,
Deixar-me sofrendo assim!
Também está infeliz,
Por não ter pena de mim.

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