sábado, 18 de maio de 2013

É DE TARDE E CHOVE





Era uma tarde cinzenta, cinzenta fria e chuvosa,
Sentei na velha cadeira esquecida na varanda,
Sem pedir sentou-me ao lado aquela que é mais teimosa,
Rasga o peito, fere a alma e o coração que desanda,
Chega assim tão sorrateira que você sequer percebe,
Lembranças vêm do passado na solidão do presente,
Sem poder mandá-la embora, então a gente recebe,
E fica ali matutando tudo aquilo e até pressente,
Que bom final não terá com aquela chata visita.
Mas disfarça, olha a chuva, faz de conta e se comove,
Porque é experiente, fica triste e não se irrita,
A dor algema meu peito enquanto nos olhos chove.
Já cansado da cadeira, da varanda vou pro quarto,
Também cansado da vida e já sabendo a verdade,
Me acomodo, sinto frio, gela a alma enquanto parto,
Deixando aqui pra vocês esta maldita saudade.