terça-feira, 15 de março de 2011

PAIXÃO


Condorcet Aranha

Paixão, amor incontido,
Doença do coração,
Se, pelo peito é mantido,
Rouba-te até a razão.

É um sentimento espúrio,
Maldoso, se persistente,
Em verdade é um augúrio,
De sofrimento pra gente.

Irracional, sem limite,
Paixão tem fúria irreal,
No jogo do amor é palpite,
Dissipa no vendaval.

Não deve caber no peito,
Que com razão quer amar,
Não deve mudar o jeito,
Das ondas que vem do mar.

Pois ao chegarem na areia,
Da lógica dessa vida,
Todo amor logo rareia,
Na paixão que é consumida.

Por isso tome cuidado,
Se o coração quer mandar,
Pois não conhece a razão,
Da força que o faz amar.

As ondas que vêm do mar,
Com toda força, incontidas,
São como a paixão mandar,
Efêmeras, como as vidas.

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