sábado, 5 de março de 2011

FOSTE

         

Condorcet Aranha

Como a menina que cresce
E da própria trança esquece,
Que após ser moça fogosa,
E ser chamada gostosa,
Sequer respeito merece,
Porque aos jovens parece,
Somente um elo perdido,
Que deve ser escondido,
Pois trás vergonha, a imagem,
Ao compor a paisagem,
Onde pra eles, beleza,
Espanta qualquer tristeza!
Mas, se esquecem, porém,
Com a falsa idéia que têm,
Que a vida é uma eternidade
E que sofrerão saudade,
Em ver no espelho da idade,
A sua imagem verdade,
Porque também esqueceram
E tanto tempo perderam,
Ao deixar de perceber,
Que a tal menina de trança,
Sem ilusões, ao morrer,
Agora a memória alcança,
Foi sua mãe, singeleza,
Dedicação e tristeza,
Não podendo mais pedir,
Perdão por sua omissão,
Tendo que um dia partir,
Com a chaga no coração.

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