sábado, 12 de março de 2011

AMOR ANIMAL



Condorcet Aranha


Amor é como um ratinho,
Perdido dentro do peito.
É ave que perde o ninho
E sai voando sem jeito.

É como a nuvem cinzenta,
Carregada e imprevisível.
Forte vento que arrebenta,
Faz barulho, é invisível.

Parece um sol de verão,
Ao passar do meio dia.
Estorrica o coração,
Nos enche de nostalgia.

É tal qual o anoitecer,
Na montanha, lá no cume.
Sofremos sem nada ver,
A dor do tal de ciúme.

Apesar de ser malvado,
E trazer muito sofrer,
Por que se quer ser amado?
Por que com ele viver?

Rato ou ave em céu cinzento,
Vento, sol ou noite alta,
O amor é o condimento,
Que nossa alma exalta.

Rato rói e a ave canta,
Nuvem cinza e vento forte,
Amor momento que encanta,
Paixão instante de sorte.

O sol forte de verão,
Noite alta na montanha,
Queimam, dentro, o coração,
Na mais suprema façanha.

É o amor todo esplendor,
Paixão, ciúme, sofrer,
Facetas da grande dor,
Sem a qual, não há viver.



















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