quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SÃO MUITOS “PAPAIS NOEL” PARA POUCOS NATAIS

Condorcet Aranha


       Não são poucas as décadas que venho vivenciando natais, em circunstâncias às mais variadas e que no fim, parecem-me exatamente iguais.
       Irmanam-se, falsamente, homens de diversas etnias e, em torno de uma imagem mais falsa ainda, a quem denominam de “Papai Noel” , com a qual fazem questão de mentir e criar na mente de seus próprios filhos, um gigantesco ídolo de desprendimento e de bondade, apesar de sabedores da pura realidade, totalmente oposta. 
       A insegurança e os aterrorizadores índices de criminalidade, revoltam e envergonham os verdadeiros seres humanos e racionais que ainda existem e vivem essas evidências do mundo contemporâneo. 
       Cobertos pelo manto de uma globalização mentirosa e facciosa, milhões de “Papais Noel” são enviados pela corja capitalista, minoritária mas dominante, em cujas mãos desumanas, são ajustadas as rédeas de corsários inocentes ou complacentes a puxarem as carruagens onde transportam, sem nenhum respeito ou conhecimento de causa, os destinos da civilização do planeta. Aliás, desculpem-me todos os seguidores da verdade se apenas a palavra é minha arma, porém tenho a nítida consciência de que com ela, se irmanados em nosso propósito de vida e de desenvolvimento cultural, alicerce de qualquer sociedade racional, dispararmos as balas da verdade, respeito à cidadania, democracia plena e honestidade, certamente executaremos sem piedade esses “Papais Noel” corruptos, prepotentes, infiéis, subjugados aos interesses internacionais de um grupelho de nações insensíveis que hoje administram a Terra. São esses malfadados “Papais Noel” que carregam em seus bolsos os doces e balas coloridas, com os quais traem e corrompem as nossas crianças, desde a mais tenra idade. 
       Há de se voltar no tempo, a imagem de Papai Noel, e recoloca-la no devido lugar, aquele único, o mesmo para todas as crianças e não, a desses “Papais Noel” de esquina ou de cadeiras no interior de lojas comerciais, travestidos com as mais repugnantes “caras-de-pau”, desvirtuando irresponsavelmente a imagem daquele que deveria representar o respeito, carinho, amor inocente e atenção pra nossos filhos. São infelizes que vencidos pelo sofrimento de conviverem com a miséria que lhe é imposta, por aqueles que nessas horas os contratam, se sujeitam por insignificantes reais a desempenharem esse papel desumano, querendo obter esse recurso tão pequeno e até insuficiente para que ele possa presentear seu próprio filho ou neto, esmagando seus princípios éticos e de cidadania.
       Que, cada cidadão desse meu País, reverencie e respeite as imagens dos verdadeiros ídolos e os dignifique. Vulgarizar, descaracterizar e desmistificar a imagem pura do único e virtual, Papai Noel, que apenas existe nas pequeninas e inocentes cabeças de nossas crianças, é como invadi-las, rasgar-lhes o peito e retirar lá de dentro, os acelerados corações, deixando-os a palpitar sem sentido, sem ilusões, sem esperanças, sem amor e destituídos da fé, de que um futuro melhor ainda poderá existir. 

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