segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A ÁRVORE DE NATAL




Condorcet Aranha


Ali estava ela ao alcance de minhas mãos, enfeitada.
Podia sentir suas formas, texturas, venturas,
O aroma das folhas, as ranhuras da casca molhada!
Chovia. Era noite esperança entre minhas procuras,
Era a ânsia do eu entre a fé e a crença, perdidas,
Lutando por sol numa noite de breu, sem estrelas, às escuras.


Uma nova ilusão, esperança ou derrota, num presente contexto,
Que o natal traz do céu para um novo sonhar, este filho de Deus,
Com poderes capazes de atender meu anseio, entender meu pretexto,
De pôr estrelas de sonhos frustrados que tenho e são meus,
Inimigos da fé e inocentes palavras as quais escrevo ao compor este texto.
Um texto verdade, sentimento da alma a fugir dos ateus.


Qual a cor dessas folhas, da casca molhada que altura tu tens?
Onde estão as raízes, no fundo do chão que terá pra guardar todo resto de mim? 
Quer que eu diga: És linda? Que és companheira ou lhe dê parabéns?
És, talvez em verdade, também a passagem que assim como eu, a momentos do fim,
Quem sabe se, nós, pelos fins derrotados, sejamos dois “trens”?
Sucumbindo, só isso, cumprindo seus ciclos, tu viras papel e eu viro Caim?


Por diversos natais já passamos a vida com muito em comum,
Dois pedaços de tempo buscando a razão ou sentido do ser,
Que serão esquecidos, ou por poucos lembrados, talvez só por um,
Pelo Deus, se existir, que te viu ser papel e não quis me atender,
Nos deixando no mundo perdidos no tempo, sem conforto nenhum,
Sem poder enxergar no confronto com a dor, mas sentindo o sofrer. 




Observação: Quando o declamador terminar a poesia, prosseguirá com a leitura das palavras em negrito a fim de concluir a declamação e o texto.    




Ali estava ela, podia sentir suas formas, o aroma das folhas.
Chovia. Era a ânsia do eu, lutando por sol, uma nova ilusão,
Que o natal traz do céu, com poderes capazes de pôr:
Estrelas de sonhos, inimigos da fé, um texto verdade.
Qual a cor dessas folhas? Onde estão as raízes? Quer que eu diga: És linda? 
És talvez na verdade também, a passagem quem sabe, sucumbindo, só isso.
Por diversos natais, dois pedaços de tempo, que serão esquecidos,
Pelo Deus, se existir, nos deixando no mundo, sem poder enxergar.


Observação: “trens” = termo utilizado pelos habitantes de Minas Gerais, Brasil, com significado de: “coisas sem valor; que atrapalham”.

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