terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O CLONE

Condorcet Aranha


Chegou a noite fria,
O negro me envolveu,
Gelou-me toda a alma,
Perdi o que foi teu.

Sem ter o próprio amor,
Chorou meu coração,
Sentindo a forte dor,
Da dura solidão.

Estrelas eu só vejo,
Nas lágrimas brotadas,
Dos olhos, das lembranças,
Das ilusões passadas.

Restando dessa vida,
Da lua, só metade,
Pra ter um novo amor,
Não tenho mais vontade.

Por isso a noite escura,
É mesmo interminável,
E o breu da desventura,
Amigo inseparável.

Sem ter sequer um filho,
Sem fé, sei lá o quê,
A noite não tem brilho,
Sou clone de você.

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