segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DEBRUÇADO NA CERTEZA DE SER

      
Camponesa
              
 Condorcet Aranha 

Debruçado na certeza do que sou e do que posso,
Faço a meu jeito o que quero por ser jovem,
Nada se acaba, parece eterno, o tudo é meu e nada é nosso.
Sinto em minha alma que sou forte e grande homem,
Imune a sentimentos qual sofrer ou mesmo a dor,
Sem ter no peito angústias porque cheio de esperanças,
Na busca, inconseqüente, de encontrar um grande amor,
Sequer percebo idéias, quase fúteis, de criança.

Ao lado da verdade, nem consigo percebê-la,
Transpasso pelo tempo e, sequer de mim dou conta,
Nesta vida, um breve espaço, que amanhã não vou mais tê-la.
Manhã de um novo sol que pra mim não mais desponta,
Na farsa da amizade do convívio que, sem paz,
Corrompe a minha fé, dura e sinistra companheira,
Que o jugo do destino como um forte capataz,
Mergulha-me com os sonhos, na piscina da bobeira.

Debaixo do castigo de ser velho e experiente,
Gastei todo o meu tempo, com a vida desregrada,
E agora me pergunto: Por quê estou assim contente?
Lembrando de um passado que, ainda hoje, me agrada?
Respondo-me feliz por ter vivido a liberdade,
Sem credos ou limites dos desejos, dessa mente,
Curtindo as ilusões que ao desfrutar, com tal vontade,
Me fazem, despedir, com certeza: Que eu fui gente.

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