sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CHUVAS DE VERÃO



Condorcet Aranha                                                                            
                                 


Chuvas fortes passageiras,
Só molham a face da terra,
São as dores derradeiras,
De quem sua vida encerra.


Martelam os minutos, meu osso externo,
Massacra no peito a vontade de vê-la,
Poder abraça-la de um jeito moderno,
Com as pernas que levam a vontade de tê-la.


A grossa cortina de água que afasta,
Teu corpo do meu e me aguça a vontade,
Não é o bastante, não é o que basta,
Capaz de afogar, meu desejo, a metade.


Que engrosse a cortina e me tente afogar,
Com água a paixão, do meu peito, esfriar,
Com o alicate das horas, fazendo mais força,
Talvez no meu peito a vontade ele torça.


Mas é tanto o ciúme do início e do fim,
Que a angústia carrega em seus terminais,
Que quando se encontram no fundo de mim,
Martelam minutos, no externo, bem mais.


Ficasse a metade, em mim, do desejo,
Seria o bastante pra quando encontra-la,
Pois, nesse momento que tanto eu almejo,
De jeito moderno eu irei abraça-la.


A chuva? Eu aguardo, irá terminar!
Vencida por mim, meu amor e vontade,
Caída na terra, pro vale a escoar,
Só leva ciúme, angústia e saudade.


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 I Concurso Literário dos Contistas, Cronistas e Poetas do Milênio – 2001.
Aracajú, Sergipe.

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