quinta-feira, 5 de maio de 2011

MULHER ALADA



                   Condorcet Aranha        

Das maravilhas do mundo, tu és a oitava viva,
Se não bastasse ser mãe, és também, a minha amada,
És borboleta que enfeita, nossa mata colorida,
Crisálida aberta às costas, que dentro não fica nada.

Das mais profundas entranhas, do seu corpo, judiado,
És capaz de produzir: o rebento, a nova vida!
Nos trás novas borboletas, pra revoar no banhado,
Oferecendo a beleza, de acordo com a pedida.

Outras sete maravilhas se espalham no planeta,
Mas nenhuma tem a cor, tão linda, no coração!
Se buscarmos uma estrela, no céu, com uma luneta,
Não será ela tão grande que não lhe caiba  na mão.

Nas asas das borboletas, viaja tanta esperança,
Que se mistura no pólen, das flores desabrochadas,
Que se espalha no ar, na brisa que forte avança,
Deixando lá no passado, crisálidas ressecadas.

Mas no coração de mãe, esperança é bem maior,
Viaja no seu desejo, com as asas do virtual,
Não sei se a brisa é mais forte ou se o pólen é pior,
Tu és crisálida seca ou a flor residual?

Mas no desejo implacável, que reveste sua alma,
A vitória chegará, pra quem carrega no colo,
É mais claro que a pele, que seu filho tem na palma,
É tão forte e mais segura, que a raiz dentro do solo.

Borboleta ou só mulher, pouco importa a qualidade,
Seu rebento é limpo e puro, pra buscar o seu destino,
Se, aquarela ou sem cor, só tinge a felicidade,
O produto é a própria vida, que sai do duto uterino.

É por isso que Jesus, teve a mãe, virgem, Maria,
Tal a força do desejo, com nada material!
Amar simplesmente amando, como o sol clareia o dia,
É ter no peito o luar, da noite celestial.

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