quarta-feira, 11 de maio de 2011

EU E VOCÊ

        
    
           Condorcet Aranha           
             
Era noite e olhei no céu,
A sorrir, lá estava a lua,
Sozinha, comigo ao léu,
Curtindo a saudade tua.
No seu quarto, mais minguante,
De luar, fraco e perdido,
Como eu, tão intrigante,
Por você já ter partido.
A saudade que me pega,
Marejando-me os olhos,
Faz a noite, ficar cega,
Põe-me n’alma, um par de antolhos.
Parece-me que as estrelas,
Começam a lacrimejar,
Quando eu insisto em vê-las,
Derramando-se no mar.
O horizonte indefinido,
Diante dos olhos meus,
Faz meu coração sofrido,
Questionar ao próprio Deus.
Esse Deus, tão bom que é,
Pra quem sempre a gente apela,
Não atendeu minha fé,
Deixou-me, levando ela.
Agora, então, minhas noites,
São escuras, muito escuras!
Suas horas, os açoites,
Que me fazem mil torturas.
O mar reflete um luar,
Minguante e com pouca estrela,
Que apenas me faz chorar,
Na certeza de não tê-la.
Até mesmo a natureza,
Parece estar infeliz!
Perdeu aquela beleza,
Pra quem meus versos já fiz.
Sobre lágrimas, escrevo,
Minha história de amor.
Duvidar de Deus? Não devo!
Mas é demais minha dor.
Assim eu volto pro quarto,
Mergulhado em nostalgia,
Sabendo que eu não parto,
Ao fim de mais esse dia.

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