terça-feira, 26 de julho de 2011

ELA E O MAR


Condorcet Aranha

Ondas revoltas que explodem nas pedras,
Murmuram e caminham, morrendo na praia,
Trazendo saudades de alguém que, distante,
Beijou suas pernas, molhando-lhe a saia.

Exculpem os contornos, perfeitos do corpo,
Razão dos desejos que fervem meu sangue.
Imagem sublime de todos meus sonhos,
Que espero no tempo que pouco se alongue.

Quisera poder ser um raio de sol,
Levar meu calor a esta pele morena,
Deixar minhas ondas revoltas de amor,
Banharem teu corpo na tarde serena.

Quisera ser brisa e lamber seus cabelos,
Soprar do teu corpo, um resto de areia,
Por um só momento senti-la em meus braços,
Fazer-lhe carícias, divina sereia.

Banhando meus olhos na imagem que encanta,
Projeto meus sonhos além da verdade,
Pois tens no olhar a expressão de uma santa,
De gestos sutis e de extrema bondade.

Afogo-me em sonhos de tê-la pra mim,
Suplico que as ondas te deixem na praia,
Procuro na areia e nada de ti, mas enfim,
Aceito a distância a saudade em tocaia.

Porém quando um dia aprender a voar,
Irei pelo céu que é o mais curto trajeto,
E com as mãos estendidas, eu sei, vou buscar,
Meu amor, minha vida, o carinho completo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário