sábado, 26 de janeiro de 2013

VELA VELADA

 
A vela que vela o sono,
seja eterno ou só profundo,
nem sempre traz luz ao dono,
porque teme desse mundo,
até a brisa do outono.
 
Sua chama, fraca ou forte,
vai sempre na direção,
do sul, leste, oeste ou norte,
ao sabor da emoção,
do crescimento ou da morte.
 
Importante é que o pavio,
tenha boa qualidade,
pra que a chama em seu desvio,
não perca a claridade,
da razão ou desvario.
 
Toda vela é conseqüência,
de quem vela o quê por quem!
Enquanto à luz da ciência,
a chama que vai e vem,
mede nossa paciência.
 
Mas quando o pavio some,
a vela mais nada vela,
a chama nada consome
e nem razão há pra ela,
que a nossa esperança dorme.
 
Fica então da parafina,
forte cheiro de emoção,
a ilusão que ali termina,
nos entrega à solidão,
da verdade desta sina.

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