sábado, 2 de junho de 2012

CAMBALACHO DE RECORDAÇÕES




Recordações são como transações suspeitas,
Ao vasculharmos as lembranças agradáveis,
Na arca que nos guarda, entre tantas seitas,
Derrotas e fracassos tão desagradáveis,
Que embora, elas nos sejam, as lições perfeitas,
Queremos esquecê-las, como descartáveis.

Porém, no emaranhado que guarda o passado,
Misturam-se as lembranças, dores e alegrias,
Que chegam no presente sem ter avisado,
Trazendo-nos sorrisos, prantos, nostalgias,
Criando-nos momentos, sem nenhum cuidado,
Ferindo, nossa alma, com tais rebeldias.

Então nós questionamos por não ter escolha,
Sofremos sem razão, ou sofre-se a razão?
Na vida, esse mistério, como grande bolha,
Ao  esconder destinos, nos leva à solidão,
No tempo e a permitir, que a própria fé encolha,
Enquanto estoura  a bolha numa escuridão.

Chegamos ao destino que é ígual pra todos,
Aonde nos aguarda, simplesmente, o nada,
Mas, vamos ao partir, levando alguns engodos,
Fugindo da verdade que é o fim da estrada,
Porque as nossas vidas gravam só períodos,
Nos quais deixamos as marcas dessa nossa estada.

Então, ao despedir, as opções são duas,
Envolto em ilusões, partimos com as crenças,
Ou, consciente, vamos com as verdades cruas.
Portanto, se ao final, teremos recompensas,
Por que não são bem claras as mensagens suas?
São provas do existir, ou jugos de sentenças?

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