sexta-feira, 4 de novembro de 2011

MÃO DE OBRA



          Condorcet Aranha        

Trabalham por toda a vida,
Em condição muito pobre,
Passam, fome e muito frio,
Pagando imposto pro nobre.

O sustento de seus filhos,
Foi, um sacrifício, eterno.
No casamento da filha,
Nem puderam vestir terno.

Teimosos e persistentes,
No calendário de vidas,
Sobreviveram aos percalços,
Pra verem etapas vencidas.

Praticamente indigentes,
Honestos e corajosos,
São nossos trabalhadores,
Levados por escabrosos.


Ficar velho é desafio,
É vencer a inanição.
Sobrevivendo ao salário
E ao infarto do coração.

No lixo de certas casas,
Vai pro aterro miudeza,
Que em outras, só de salário,
Jamais chegaram na mesa.

Derrotam muitas doenças,
Sem sequer tomar remédio,
Mas não sei se, os caros nobres,
Resistiriam esse assédio.

Quem nunca sentiu a “fome”,
Ruminar-lhe na barriga,
Não é exemplo pra nada,
É pó, de uma peça antiga.

Trabalhador nessa terra,
Onde eu nasci e amo,
Com certeza só se “ferra”,
Leva vida de “cigano”.


Sua morada é caixote,
Plástico e terra pisada,
No coração que ele guarda,
Como nós, tem uma amada.

Quanta maldade no mundo,
Exclama a “sociedade” !
Mas quem viveu lá no “fundo”,
Só conheceu a maldade.

Sobreviver em locais,
Onde a pobreza é que impera,
Quem é forte come mais,
Quem é fraco sempre espera.

Só come quando tem sobra,
Ou quando ninguém mais quer.
É como o trabalhador:
Depois do filho e mulher.

Num chão em que tudo dá,
Num espaço que é comum,
Fartura se dê a todos,
E não apenas pra um.

Pequeno grupo de elite,
Que diz administrar,
Mas, na calada da noite,
O que faz, é enrolar.

Tirar direitos antigos,
Conquistados sob luta.
É marca de governante,
Que a nos ceder, se refuta.

Invés de elogiar,
Aos funcionários que tem,
Vomita injúrias maldosas,
Que não faz jus a ninguém.

Mas se tiver funcionário,
Que mereça a distinção,
Esconde-se num palácio,
Não noutra instituição.



São ministros, senadores,
Mais alguns, seus, seguidores,
Que esvaziam o tesouro,
Não são só pobres! Meus Senhores.

Não venham com “ nhem, nhem, nhens”,
Nos chamando “caipira”,
Pois quem te escuta lá fora,
Confiança, não inspira.

Subjuga-se ao dinheiro
Que vem lá do estrangeiro,
Quem for muito interesseiro,
Ou bem pouco brasileiro.

Vencer com o que tem nas mãos,
Distribuindo pra todos,
Demonstra capacidade,
Não são, “faz-de-conta”, engodos.

Quem filosofa a verdade,
É líder, inteligente,
Não menospreza seu povo,
Agradando a toda gente.

Desenvolver um país,
Para agradar dez por cento,
É deixar sem pingo, os “is”,
Ter cabeça de “cimento”.

Quem pensar apenas pouco,
Tiver na mente a esperança
Pra um futuro melhor,
Há de cuidar da criança

Dispa-se da vaidade,
No orgulho dê um fim,
Abandone as mordomias
E viva perto de mim.

Não tem segredos, mistérios,
Quem é de fato o honesto.
Pra ser igual ao seu povo,
É bastante ser modesto

Se usarmos  a cabeça,
Pensando com união,
Os bandidos de gravata,
Derrubaremos no chão.

Nós vivemos no Brasil,
Respeitando ao estrangeiro,
Mas nosso orgulho maior,
É mesmo ser brasileiro.

Por isso não cederemos,
Às pressões e imposições.
É bem mais forte o amor,
Que temos nos corações.

E tente quem duvidar,
Que verá o que consegue.
Pois vai logo comprovar,
O princípio de Arquimedes.

Não empurre seus desmandos,
Sobre a massa desse povo,
O refluxo é mais forte,
Por-te-á fora de novo.

Quem trabalha a nossa terra,
Nos defende o pavilhão,
É homem que a paz encerra,
De quem precisa a Nação.

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