sábado, 11 de dezembro de 2010

NATAL CRUZ

 





Na manjedoura nasceu,
A esperança do mundo,
Mas conta, ninguém se deu,
Que no azul do céu, profundo,
Um Deus, a nós, prometeu,
Fazer o amor fecundo,
No exemplo do filho, o seu,
Preso à cruz, qual vagabundo.



Quem ama não pensa em guerra,
Nem sequer no material,
Divide a própria terra,
Faz oposição ao mal.
Bandeira branca descerra,
Nunca briga, é racional,
Pois sabe que a vida emperra,
Ao agir como animal.


José, Maria e Jesus,
Família santificada,
Que a humanidade conduz,
Foi pobre, meiga e marcada,
Mas teve em Cristo um chapuz,
Da fé já quase acabada
E que fez do amor, a luz,
Que a Deus, foi logo ofertada.


Desde criança, eu me lembro,
O Natal é festejado,
Aos vinte e cinco de dezembro,
Com o presépio montado,
Sobre um móvel e eu, manembro,
Pelo presente, abastado,
Não via que o novo membro,
Era Jesus, o Sagrado.


Com tanto amor e bondade,
Levantava sua mão,
Pedindo ao Pai piedade,
Para ofertar o perdão,
Como expressão da verdade,
Ao pecador que, então,
Deixava a felicidade,
Tomar o seu coração.


Ao converter para o bem,
Mais um irmão desgarrado,
Tinha a certeza também,
Que ali seria apagado,
O fogo do mal que alguém,
Inconseqüente ou malvado,
Negasse até o amém,
Do filho santificado.


Mas quando à cruz foi pregado,
Sentindo na carne a dor,
De agressões animais,
Abriu seu peito ao amor,
Pedindo ao Pai, muito mais,
A compaixão do agressor,
O qual já era incapaz,
De entender o Senhor.


Depois de tantos Natais,
Que pela vida passei,
Ao conhecer canibais
Maldades eu superei,
Alimentei animais,
E até inimigo amei,
Acreditando bem mais,
Do que verdades, falei.


Portanto agora eu entendo,
Porque a paz nos seduz,
Pois ante a carne sofrendo,
Ao se apagar nossa luz
E até o perdão, perdendo,
Recebemos de Jesus,
O alento, ao qual merecendo,
Temos do natal a cruz.




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