Condorcet Aranha
A folha se desprende ressequida,
De um ramo agitado pelo vento,
Esconde em seus contornos, onde atento,
Procuro entre as lembranças nesta vida
A luz que me amenize o sofrimento.
A folha ressequida ao vento voa,
O ramo agitado já nem vejo,
A noite está no meio e me atordoa,
Contornos só me restam no desejo,
Lembranças eu nem busco, chegam à toa,
Enquanto só em sonhos hoje almejo.
A folha ressequida rola ao chão,
O ramo que a soltou, irá quebrar,
A noite está no fim da escuridão,
Insisto em meus contornos encontrar,
Lembranças me abarrotam o coração,
Porquanto o sofrimento vai cessar.
A folha ressequida pelo tempo
E o ramo que agitou, hoje caído,
Na noite que retorna como exemplo,
Capaz de contornar quem distraído,
Perdeu-se nas lembranças de um momento,
Porque seu sofrimento foi vencido.
A folha ressequida foi-se embora,
O ramo lá caído se desmancha,
A noite nem percebo e não demora,
Contornos são perfeitos, não há mancha,
Lembranças não me chegam, estão de fora,
Sofrer foi escoado em avalancha.
Amor? É como a folha ressequida,
Desprende-se do ramo se agitado,
Embrenha-se na noite escurecida,
O belo do contorno é mutilado,
Lembrança, qual punhal, castiga a vida,
Doendo, se não for compartilhado.
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