A insegurança e o peso da idade,
A torpe angústia, a vida, a solidão,
Sem ilusões na hora da verdade,
Olhando o céu na sua imensidão,
Eu me pergunto se serei saudade,
Ou se meu tempo, aqui, foi tudo em vão.
Na incerteza do que vou deixar
E sem saber o que serei ou fui,
Sigo meu rumo além da terra e o mar,
Porque se ainda a esperança flui,
Espero algo para encontrar,
Pois, só assim, meu coração não rui.
Seja o que for que surja à minha frente,
Deixe-me triste ou talvez contente,
Eu manterei o porte e, como gente,
Vou aceitar, feliz, esse presente,
Porque da vida, estando eu ausente,
Foi por vontade sim, do Onipotente.
Mas se acaso nada acontecer,
E tudo acabe aqui, no tal momento,
Não vou negar! Foi muito bom viver,
Pois, apesar da dor, do sofrimento,
Nada supera o amor e o seu prazer,
Nos dando à alma o doce linimento.
Todos nós vivemos e por isso somos inseguros, quanto as nossas inseguranças cotidianas!
ResponderExcluirMuito bonito seu poema, amigo! Todos chegamos a uma fase da vida em que a insegurança do que será nos deixa preocupados. Será que cumprimos dignamente a nossa missão aqui na terra?
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