Passo no tempo, como o vento, sem
destino,
Reservo na alma ilusões, esperanças
e fé,
Procuro por mim e as razões, um
total desatino,
Não acho, não vejo, mas sinto e nem
sei o que é,
Foi sonho criança, brinquedo nas
mãos de menino,
Foi luta e coragem de um jovem que
vence a maré,
Morrendo na praia, vencido no
tempo, um velho cretino,
Sem força, sem credo, do morro o
sopé.
Não busque razões, só passe no
tempo e resista,
Caminhe, flutue, assim como o
vento, sorrindo.
Cantando e amando, assim como a
flor, beleza exibindo,
Deixando na terra sementes de ti,
porque és o artista,
Que podes dar cor ou tornar um
terror essa tal existência.
Portanto, cuidado em seus atos, com
calma reflita,
Agindo somente com base fundada na
tal da ciência,
Deixando ao futuro, as suas ações,
a sua conquista.
Mudar esse mundo é possível, o
destino jamais,
Por isso só use a verdade em sua
expressão,
Pois, a força de suas palavras será
muito mais,
Que a força do braço que leva uma
arma na mão.
Solene, repita as palavras que algo
já possa mudar,
Insista nas frases capazes de
amigos fazer,
Declame seus versos sem medo de
pouco rimar,
Exiba aos seus pares, sentidos, seu
modo de ser.
Deixando ao tempo futuro que passará
qual o vento,
Somente ilusões, a fé e até esperanças,
Porquanto, o destino, quem sabe, já
tem seu lamento,
No pranto sofrido, até mesmo, de
nossas crianças.
Assim, esse velho perdido, cansado
e cretino,
Que o tempo carrega nas asas do
vento, soprando,
Nos deixe exemplos, lições e os
seus desatinos,
Ciente que ficam no mundo, seus
filhos, amando.
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