Condorcet
Aranha
Jamais deixo que palavras
estratégicas, maliciosamente, colocadas num contexto, consigam transgredir os
meus conceitos de justiça e legalidade. Mantenho a fiel verdade no meu
inabalável princípio de vida.
Desprezo,
veementemente, às notícias desconexas, as montagens irreais, impulsos
sentimentais, “figuras que envergonham” e as frases que nada dizem.
Não consigo entender
a humanidade andando na contramão do simples, a qual maquia verdades ou ainda
utiliza um linguajar “acadêmico”, quando deve usar o seu discernimento e
cultura para se posicionar lado a lado daqueles que necessitam entender o que
falam, para adquirirem um pouco de cultura e confiança.
Por vezes, indago-me:
-
Será que a cultura
e o saber ocupam espaço na estrutura psíquica do orgulho humano?
Não quero acreditar!
Tolhido da liberdade de expressar o seu puro sentimento,
obviamente o meu “eu” sentir-se-ia oprimido por não levar a
verdade a quem de direito, caracterizando sua falta de inteligência e
incapacidade de ação lógica, isto é, fazer fluir aos demais as suas idéias,
mesmo que sejam simples.
A sociedade contemporânea está sequiosa
por conhecimento, não tenho dúvidas, mas me pasma a falta de atitudes
político-administrativas que possibilitem a interação mais efetiva, uma
convivência mais próxima e sem discriminações, acelerando o aparo das arestas
que, certamente diminuirão as desigualdades e, facilitarão o entendimento.
Ainda aumentarão o respeito, alargarão os horizontes da paz e até, quem sabe,
despojarão o homem dessa verdadeira praga a qual se chama “orgulho”.
Com a certeza de que
escrevo, tão somente o que sinto, não temo às críticas de parceiros ou de
competidores, porque apenas o tempo e as futuras gerações poderão avaliar e
reconhecer o meu legado. Garanto-lhes que não serão grandes pedaços de
pensadores consagrados ou não, que comporão esse legado, mas, inevitavelmente,
apenas os argueiros do “eu”, único, autêntico e simples.
Tanto os sentimentos
do “eu” como os de “vocês” serão partilhados com “ele”, pois, assim, será
possível para todos “nós” entendermos que “vós” e também “eles”, assimilaram a
simplicidade e a nobreza do respeito, como também o significado da palavra
“amor”.
“Crônica do eu” , obteve o primeiro lugar
em crônicas no Concurso Internacional da ALPAS XXI, Academia Literária a
Palavra do Século XXI, RS, em 2007.
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