Condorcet Aranha
Os olhos meus, em lágrimas, arregalados,
Ao ver à margem, verdejante, de um rio,
Tanta folhagem e também galhos quebrados,
A esconder a vida, em prantos, num sombrio,
Fecharam-se, doridos, tensos, repetidos.
Porque assim, talvez, meu próprio brio,
Justificasse aos olhos turvos, meus sentidos,
E ao coração até roubasse o calafrio.
Pura ilusão, prefácio da ilusão maior,
Pura verdade, porém, uma verdade horrível,
Tal qual resumo sôfrego da porção menor,
Onde o enredo torpe é incompreensível.
Julguei na vida, já ter visto, tudo.
Pensei um dia, me orgulhar de mim,
Mas ao lembrar de mãe, eu fiquei mudo,
Porque meus olhos viam, era o fim.
O fim daquilo que também julguei,
O ser maior e ao qual chamamos gente.
Mas, perceberam os olhos, quanto me enganei,
Ante a verdade, cruel, ali na minha frente.
Toda lembrança, doce, da infância linda,
Do eu, ser criança, alegre, livre e inocente,
Acariciada pela mãe que, hoje, ainda,
É santa e não será jamais abandonada.
Após declamar a poesia, para concluir o texto, o declamador seguirá lendo apenas as palavras em negrito.
Querido amigo; versos perfeitos para retratar o lado triste da vida, mas infelizmente tão presente em nossos dias.
ResponderExcluirAmei a poesia!
Lúcia Laborda