Saímos das cavernas, lascamos pedras,
caminhamos milhares e milhares de anos, mas ainda não saímos do lugar.
Nascemos, crescemos e nos reproduzimos como qualquer outro animal, sem a preocupação
dos espaços cedidos ou tomados. Espaços esses, dos quais jamais deveríamos ter
nos afastado e outros que, jamais deveríamos ter ocupado.
Como conseguimos relegar a planos
insignificantes a natureza da qual fazemos parte e criar tantos objetos de
consumo, capazes de aguçarem a nossa ambição e desnecessários à nossa
sobrevivência? Como conseguimos ocupar tantos espaços onde nos eram oferecidos
os aromas das flores do campo; o revoar de coloridas borboletas no bater de
suas asas; o despertar da aurora nos raios dourados do calor aconchegante; a
sinfonia inebriante dos pássaros cantores acompanhada pelo coral de cascatas e
rios caudalosos onde, quando em quando, os peixes saltavam; o por do sol
tentando pintar de vermelho o longínquo horizonte e finalmente o véu de
estrelas cintilantes cobrindo nossos sonhos?
Acredito que somos a poeira do tempo e no
tempo, quando soterramos histórias de ancestrais e permanecemos omissos e
insensíveis, às situações de extrema calamidade pública e social, com as quais
nos deparamos no dia a dia.
Guerras que mutilaram e mutilam seres, que
ceifaram e ceifam vidas, atrás da égide que buscavam e buscam conquistas ou
falsas liberdades. Enterraram sonhos, derramaram o próprio sangue sobre a
terra, criaram nuvens de fumaça que roubaram o sereno azul do céu, petrificaram
corações e banharam com lágrimas de arrependimento, os sepulcros que eles criaram.
No complexo Planeta em que vivemos,
precisamos nos encontrar e reconhecer nossa utilidade porquanto estamos destruindo,
com nossos pés, todas as estradas nas quais caminhamos e, chamando de progresso,
a tudo que construímos e inventamos. Estaremos usando a inteligência que
recebemos para as devidas finalidades, ou transitamos por estradas que jamais
deveríamos abrir?
Nosso comportamento e atitudes merecem o
apoio da mãe natureza, ou estão causando danos irreversíveis a ela e apavorando
todos os seus outros filhos? Precisamos rever e reiniciar nossa caminhada,
apenas como meros participantes dessa novela da vida, sem preconceitos, sem
ambições, mas com amor e respeito. Também, com muita atitude e autocrítica,
afinal não fomos premiados com inteligência para ficarmos omissos diante de
tantos desmandos, corrupção e criminalidade. Nossa sabedoria é suficiente e deve
formar juízes capazes de dar limites, não só às atitudes desrespeitosas, mas
também punir devidamente àqueles que enxovalham a nossa sociedade.
Há de se formar a opinião pública com
preceitos de moral, respeito e educação, e arregimentar os cidadãos que realmente
representam à vontade do povo, acreditando que seu País é e deverá continuar a
ser o símbolo da esperança, onde a ordem e o progresso permanecerão
inabaláveis. Porém, esses cidadãos, jovens e estudantes, com a arma do voto em
mãos, junto com seus pais, irão às urnas e limparão nossa Pátria de tantas
ingerências, tráfico de drogas e de influências, descaso com a infância e a
saúde, falta de educação e cultura, livrando-nos de vez da vergonha de ter
tantos maus exemplos, para nossas próximas gerações.
Não haveremos de eleger nenhum dos atuais
ocupantes de cargos públicos, do Presidente da República, aos Ministros,
Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais, Prefeitos ou Vereadores
porque só assim, dando oportunidade àqueles que chegam, talvez com idéias
melhores e, quem sabe, dedicados e honestos, mais rapidamente limparemos esta
lama que tomou conta de nosso Brasil.
Uso
da palavra enquanto me permitem, pois muitos de nossos jornalistas e
comunicadores já foram cerceados do direito de expressão, censurados e
afastados de emissoras, num País onde se diz que vivemos a democracia, quando
na verdade caminhamos perigosamente para um regime de imposições. A comprovação
desse fato é evidente com os exemplos deixados pela vida de cada um desses
políticos que figuram na história recente do Brasil.
Acorde povo brasileiro, acredite, és
forte o suficiente e tens nas mãos, as armas indispensáveis para abater esses inescrupulosos
que mancham nossa história.
Com a palavra e o voto nas mãos saberemos
expurgar nossa Pátria, livrando-a dos maus exemplos, pois, se assim não
fizermos, seremos comparsas ou, no mínimo, irresponsáveis e omissos.
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