Condorcet Aranha
Não quero almagamar um puro
sentimento,
Nem ser durante a vida um mago
presciente,
Mas, não serei omisso, sequer, um
só momento,
Porque entendo bem, sem ser
inteligente,
Que se cristalizar o meu comportamento,
Eu mostro para o mundo o que sou:
só gente.
Portanto o prescindir não é do meu
caráter,
Por isso a minha alma vaga sem
mistério,
Então, sem ser um clérigo, não
quero fráter,
Tão pouco me envaideço por usar
critério,
Pois estou certo que não sou célula
mater,
Ou mesmo um bom exemplo, apesar de
sério.
Assim, como o cristal, a minha alma
é pura,
Translúcida e brilhante a refletir
a luz,
Em busca de outra vida, se existir,
futura,
Aonde há um paraíso que ao amor
conduz,
Aos sons inebriantes de uma
tessitura,
Imposta pela fé que a prosseguir,
induz.
Porém, caso contrário, a ilusão se
imponha,
E quebre-se o cristal de minha alma
pura,
Sentir-me-ei inseto, pior que uma
bironha,
Nadando no estrume da cavalgadura,
Enquanto o peito cheio por tanta
vergonha,
Explodirá, por fim, sem permitir
sutura.
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