Condorcet Aranha
Ao mundo abriste meus olhos
Mas, com ação bem sutil,
Colocou-me os tais antolhos,
Da inocência infantil.
Depois me fez crescer,
Deu-me força e ambição,
Pernas boas pra correr,
Pra trabalhar minhas mãos.
Pôs muito amor no meu peito,
Deu-me: pais, avós, irmãos,
Mas, tudo lá do seu jeito,
Sem escolha: “o quero ou não”.
Liberou-me o questionar,
Com um rico imaginar,
E até posso contestar,
Mas nada posso mudar.
Deu-me a linda natureza,
Estrada longa e horizonte,
Mostrou da água a pureza
E onde nasce na fonte.
As matas, que coisa linda!
Flores, copas verdejantes,
Animais, aves que, ainda,
Voam soltas, são cantantes.
E este céu de lindo azul,
Com alvas nuvens vagando,
Rumo ao norte, talvez sul,
Na leve brisa rolando.
Quando a noite, sorrateira,
O azul do céu vem roubar,
Chega a lua altaneira,
Com as estrelas, a brilhar.
Mesmo, quando o véu da noite,
Se junta com a tempestade,
A fúria do seu açoite,
Só me dói como saudade.
Porém, o tempo implacável,
Maturando a minha alma,
Faz-me, sim, mais vulnerável,
Traz verdades, leva a calma.
É aí que eu me pergunto,
Debruçado na razão,
Ao refletir sobre o assunto:
O que me resta na mão
Se, aos poucos, toda beleza,
Vai perdendo o esplendor?
De que serve a natureza,
Quando se perde o amor?
É só no ocaso da vida,
Com a lógica presente,
Que vejo a grande ferida,
Aberta em mim, de repente.
Já não há, mais horizonte,
Nem pai, nem mãe ou irmão,
Não tem mais água na fonte,
Nem lugar pra ambição.
O que resta nesta hora,
Com enorme dimensão,
É o vazio, a quem se implora,
Um segundo de atenção.
Mas, se foi caso pensado,
Tudo isso que me fez,
Já estou recompensado,
Por ir embora de vez.
Oh! Deus! Com sinceridade,
Se, tudo que dás me tira,
A vida é uma grande verdade
Ou gigantesca mentira?
Ao mundo abriste meus olhos
Mas, com ação bem sutil,
Colocou-me os tais antolhos,
Da inocência infantil.
Depois me fez crescer,
Deu-me força e ambição,
Pernas boas pra correr,
Pra trabalhar minhas mãos.
Pôs muito amor no meu peito,
Deu-me: pais, avós, irmãos,
Mas, tudo lá do seu jeito,
Sem escolha: “o quero ou não”.
Liberou-me o questionar,
Com um rico imaginar,
E até posso contestar,
Mas nada posso mudar.
Deu-me a linda natureza,
Estrada longa e horizonte,
Mostrou da água a pureza
E onde nasce na fonte.
As matas, que coisa linda!
Flores, copas verdejantes,
Animais, aves que, ainda,
Voam soltas, são cantantes.
E este céu de lindo azul,
Com alvas nuvens vagando,
Rumo ao norte, talvez sul,
Na leve brisa rolando.
Quando a noite, sorrateira,
O azul do céu vem roubar,
Chega a lua altaneira,
Com as estrelas, a brilhar.
Mesmo, quando o véu da noite,
Se junta com a tempestade,
A fúria do seu açoite,
Só me dói como saudade.
Porém, o tempo implacável,
Maturando a minha alma,
Faz-me, sim, mais vulnerável,
Traz verdades, leva a calma.
É aí que eu me pergunto,
Debruçado na razão,
Ao refletir sobre o assunto:
O que me resta na mão
Se, aos poucos, toda beleza,
Vai perdendo o esplendor?
De que serve a natureza,
Quando se perde o amor?
É só no ocaso da vida,
Com a lógica presente,
Que vejo a grande ferida,
Aberta em mim, de repente.
Já não há, mais horizonte,
Nem pai, nem mãe ou irmão,
Não tem mais água na fonte,
Nem lugar pra ambição.
O que resta nesta hora,
Com enorme dimensão,
É o vazio, a quem se implora,
Um segundo de atenção.
Mas, se foi caso pensado,
Tudo isso que me fez,
Já estou recompensado,
Por ir embora de vez.
Oh! Deus! Com sinceridade,
Se, tudo que dás me tira,
A vida é uma grande verdade
Ou gigantesca mentira?
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