quinta-feira, 26 de julho de 2012

DESFRUTE DA NATUREZA



Abra o peito e a janela, deixe entrar a natureza,
O ar puro, o sol e veja, da paisagem a beleza.
Desfrute em cada dia, do calor, da brisa e chuva,
Pois no ocaso da vida, servir-te-ão como luva.

O calor nos faz nervoso, a brisa é quem nos acalma,
O frio trás paciência, a chuva nos lava a alma.
A luva que te vestir, a mão já encarquilhada,
Será co’a razão da vida e não exemplo de nada.

O sol que queimou a tez, amorene o teu pensar,
Engrosse-te a pele d‘alma, te dê razão ao chorar.
E a brisa que arrancou, dos teus cabelos a cor,
Não leve com folhas secas, do coração seu amor.

O ar puro respirado, por muitos anos seguidos,
Tenham te revigorado e não apenas sumido.
Pois parte fica, contido, no peito com ilusões,
Para ainda acalentar, muitos outros corações.

Se, alguém chegar, com frio e em ti buscar alento,
Com palavras, o acoberte e ponha calor no vento.
Das paisagens curtidas, que te ficaram na mente,
Herdas-te bastante cor, para brindar essa gente.

Dê-lhes só as alegrias, que pelo tempo juntou.
Tristezas, desilusões, a razão já carregou,
Portanto persista firme, ao fim de sua existência,
Mostrando com paciência, que aprendeu a ciência.

Quando então, do sol, o brilho, para ti não for intenso,
O ar puro te faltar e a paisagem sem senso,
Sua mão já sem espaço, pra mais um encarquilhar,
Também não terá mais força, para aqui, te segurar.

domingo, 15 de julho de 2012

DESAMOR





Senti que o teu semblante arrependido,
Moldura de um sorriso, de manhã,
Tentava arrefecer tua atitude,
Injusta, a temer haver perdido,
O amor que, mal dormido no divã,
Frustrou-se com as palavras sem virtude.

Pensaste que na aurora um teu sorriso,
Seria o linimento a confortar-me,
Depois da longa noite eu ter sofrido?
Não penses que a vida é um paraíso,
Que podes, por amor, subjugar-me,
Porque quem sabe amar, já tem juízo.

Quem ama de verdade não perdoa,
Àquele que lhe trai o sentimento.
Não leva pela vida o desamor,
Nem lágrimas vertidas num momento,
Por quem o fez passar por coisa à toa,
Qual simples objeto e sem valor.

Agora curtirás noites “a fio”,
Na ausência de carinhos verdadeiros,
Chorando à cabeceira do divã,
Nas trevas do desprezo e do vazio,
Na angústia dos momentos derradeiros,
Que trazem a solidão, também irmã.

Serão as tuas lágrimas sinceras;
Serão teus sentimentos quase puros;
Serão tuas palavras percebidas;
Terás sonhos reais e não quimeras,
Deitada no divã, entre os auguros,
De minhas lágrimas, agora ressequidas.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

FIQUEI





No vale, entre teus seios,
Beijei suor das entranhas
E acalentei meus anseios,
Como um rio, entre as montanhas.

Mas da chuva que caía,
Controlei a intensidade,
Pois quanto mais me aquecia,
Maior a felicidade.

Ao crescer meu desespero,
Busquei teu interior,
Pois lá estava o tempero,
Do prato do meu “amor”.

Mas durante a refeição,
Mastigando a tal verdade,
Senti que além da afeição,
Sequer teria saudade.

Sem pensar em sobremesa,
Cheguei ao maior prazer,
Por ver-te assim indefesa,
Objeto de lazer.

Foi com um simples movimento,
Que desliguei o chuveiro,
Deixando frio um momento,
De quem nem era parceiro.

A mesa que nem foi posta,
Pra servir tal refeição,
Nos mostra que somos bosta,
Sem alma e sem coração.